sexta-feira, 18 de maio de 2012

Quem veio matar, roubar e destruir?

Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador” ( Jo 10:1 )
Os lideres de Israel eram ladrões, salteadores por subtraírem a palavra de Deus que concede vida aos homens. Sob o pretexto de sacrifícios (orações prolongadas, jejuns, festas, dias, luas) extorquiam a casa dos necessitados (viúvas, órfãos) ( Mt 23:14 ). ‘prolongadas orações’ é figura de sacrifícios, e viúvas e órfãos são figuras utilizadas para ilustras os necessitados, os pobres de espíritos.

Quem veio matar, roubar e destruir? A resposta é simples e fácil: o ladrão! “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir” ( Jo 10:10 ).
Porém, há quem divulgue que o diabo é quem veio matar, roubar e destruir. Seria o diabo o ladrão que Jesus faz referência?
É comum ouvirmos mensagens enfatizando que o diabo veio para matar, roubar e destruir a saúde, a família e as finanças do homem. Outros alegam que o diabo veio para matar, roubar e destruir a paz, a fé, a esperança, o amor, a salvação, etc., do cristão.
Seria isto verdade?
A bíblia nos garante que Cristo é a nossa paz, fé, esperança, amor e salvação. O diabo seria capaz de roubar, matar e destruir o cristão?

As parábolas e a missão de Jesus
Após dizer aos escribas e fariseus qual era a sua missão, Jesus propõe uma parábola a eles.
A missão de Jesus é clara: “Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem se tornem cegos” ( Jo 9:39 ). O que Jesus quis dizer com estas palavras, se Ele mesmo disse que a ninguém julga ( Jo 8:15 ).
Ora, os textos abordam aspectos diferentes da missão de Jesus. Quando Ele diz que ‘a ninguém julga’, evidência que o mundo já foi julgado e está sob condenação ( Rm 5:18 ; Jo 16:11 ; Jo 3:18 ). E, quando Ele diz que ‘veio ao mundo para juízo’, demonstra que a sua presença neste mundo é cumprimento cabal das Escrituras.
Jesus veio ao mundo conforme o previsto nas Escrituras, de modo que por diversas vezes Ele sinaliza que veio ao mundo em função da sua missão prevista "Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores ao arrependimento" ( Mc 2:17 ); "Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" ( Jo 18:37 ); "E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo" ( Jo 12:47 ); "Eu sou a luz que vim ao mundo, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas" ( Jo 12:46 ); "Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora; mas para isto vim a esta hora" ( Jo 12:27 ); "O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância" ( Jo 10:10 ).
Ou seja, todas as vezes que Jesus faz referência ao motivo pelo qual veio, tal motivo vincula-se a salvação dos homens. Como a salvação é promessa exarada nas Escrituras, Cristo veio para salvar cumprindo e sendo o cumprimento das Escrituras, de modo que, os que não veem passam a ver e, os que veem, torna-se cegos ( Sl 146:8 ; Is 29:8 ; Is 42:7 ; Is 43:8 ; Is 56:10 ).
Ao dizer: “Eu vim a este mundo para juízo”, Jesus estava dizendo por parábola que convinha cumprir toda a justiça ( Mt 3:15 ), pois Ele não veio ab-rogar, pois é o cumprimento das Escrituras “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” ( Mt 5:17 -18).
Quando os fariseus ouviram as palavras de Jesus, entenderam que era algo pejorativo ser cego, mas Cristo lhes fala novamente por parábola, segundo o que profetizou o profeta Isaias: “Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas como agora dizeis: Vemos; por isso o vosso pecado permanece” ( Jo 9:41 ; Is 56:10 ).
Lembrando que nada Jesus falava aos fariseus sem utilizar parábolas "E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos" ( Mc 4:34 ), propôs um nova parábola "E ele disse: A vós vos é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros por parábolas, para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam" ( Lc 8:10 ).

A parábola
“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que não entra pela porta no curral das ovelhas, mas sobe por outra parte, é ladrão e salteador. Aquele, porém, que entra pela porta é o pastor das ovelhas. A este o porteiro abre, e as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas, e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos” ( Jo 10:1 -5).
A parábola é um recurso que estabelece um quadro vivo na mente de quem ouve e impede o ouvinte de esquecer a exposição, esse foi o meio previsto nas Escrituras que o Cristo utilizaria para ensinar.
E ainda, as parábolas contêm enigmas, e os enigmas dificultava, para o povo, a compreensão das parábolas, mas aos discípulos Jesus desvendava o enigma de modo que lhes era ensinado abertamente a palavra de Deus "Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; declararei o meu enigma na harpa" ( Sl 49:4 ); "Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem" ( Mt 13:13 ).
Com os fariseus, Jesus só falava por meio de parábolas, como se lê: "E ele disse-lhes: A vós vos é dado saber os mistérios do reino de Deus, mas aos que estão de fora todas estas coisas se dizem por parábolas" ( Mc 4:11 ); "E sem parábolas nunca lhes falava; porém, tudo declarava em particular aos seus discípulos" ( Mc 4:34 ).
Aos fariseus Jesus diz:
  • Aquele que não entra no curral das ovelhas pela porta, mas que se utiliza de outros artifícios é ladrão, salteador;
  • Aquele que entra pela porta é o pastor das ovelhas;
  • O porteiro abre a porta somente para o pastor;
  • As ovelhas ouvem a voz do pastor e o segue para fora do curral, pois conhecem a voz do pastor, e;
  • As ovelhas de modo algum seguem o estranho, pois não conhecem a voz do estranho e fogem do estranho.
Quando Jesus contou a parábola com os elementos elencados acima, os fariseus não compreenderam. Apesar de terem questionado o Senhor Jesus por tê-los chamados de cegos, não perceberam que, pelo fato de não compreenderem o exposto por Cristo, verdadeiramente eram cegos, de modo que a profecia cumpria-se cabalmente neles “Jesus disse-lhes esta parábola; mas eles não entenderam o que era que lhes dizia” ( Jo 10:6 ).
Apesar de lerem nos salmos que só Deus pode abrir os olhos aos cegos, desconsideram o milagre e não compreenderam a parábola de Jesus "O SENHOR abre os olhos aos cegos; o SENHOR levanta os abatidos; o SENHOR ama os justos" ( Sl 146:8 ).
Diante da cegueira dos fariseus em não considerarem o milagre operado, Jesus explica a parábola desvendando o enigma.
Jesus disse estar dizendo a verdade em verdade e lhes expõe que era necessário entrar pela porta do curral das ovelhas para não ser um ladrão, um salteador. Sem a explicação de Jesus a parábola ficaria vaga, pois ela contém enigmas indecifráveis "Abrirei a minha boca numa parábola; falarei enigmas da antiguidade” ( Sl 78:2 ).
Jesus dá o significado da enigmática parábola ao dizer: “Eu sou a porta das ovelhas” (v. 7), ou seja, Jesus identifica-se como a porta. Já o ladrão, o salteador são os que vieram antes de Cristo (v. 8).
Ora, o Bom pastor diz de Cristo, o Servo do Senhor, portanto, um homem. De igual modo, os que vieram antes de Cristo só podem ser homens e não o diabo. Ora, o diabo não é o ladrão, o salteador que a parábola apresenta diz dos lideres de Israel, homens que tinham a função de ‘cuidar das ovelhas do Pai’, porém, prevaricaram nas suas atribuições.
Jesus enfatiza que todos os que vieram antes d’Ele são ladrões, salteadores, mas as ovelhas não os ouviram (v. 8). Novamente Jesus identifica-se como a porta e faz um convite na condição de Bom Pastor: “Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens” (v. 9). Diversas vezes os fariseus leram acerca da porta que os justos deveriam entrar, mas diante da porta estavam como que cegos: "Esta é a porta do SENHOR, pela qual os justos entrarão" ( Sl 118:20 ).
Por terem nascidos segundo a carne e o sangue de Abraão, consideram que já haviam entrado pela porta dos justos, porém, como não tinha a mesma fé que o crente Abraão que creu que no seu Descendente as famílias da terra seriam bem-aventuradas para ser justificado, ainda continuavam sendo filhos da ira e da desobediência, porque haviam entrado pela porta larga, que é Adão.
Por terem entrado pela porta larga, que é Adão, os fariseus haviam se desviado desde a madre, em iniquidade e em pecado foram formados, de modo que estavam em igual condição a todos os homens ( Sl 58:3 ; Sl 51:5 ; Sl 53:2 -3).
Quando Jesus se apresenta como a porta, apresentou-se na condição de último Adão, a porta dos justos. Os fariseus rejeitaram a pedra de esquina, a vítima, a luz, o bendito que veio em nome do Senhor ( Sl 118:1 -29).
Enquanto os que vieram antes de Cristo somente roubavam, matavam e destruíam, Jesus contrasta a sua missão com a deles “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (v. 10). Por que eles eram ladroes? Porque eles eram obreiros da iniquidade, que se alimentavam do povo como se fosse pão “Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniquidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão? Eles não invocaram a Deus” ( Sl 53:4 ).
Os lideres de Israel eram ladrões, salteadores por subtraírem a palavra de Deus que concede vida aos homens. Sob o pretexto de sacrifícios (orações prolongadas, jejuns, festas, dias, luas) extorquiam a casa dos necessitados (viúvas, órfãos) ( Mt 23:14 ). ‘prolongadas orações’ é figura de sacrifícios, e viúvas e órfãos são figuras utilizadas para ilustras os necessitados, os pobres de espíritos.
Quando os fariseus ensinavam que não era necessário aos filhos de Israel dar aos seus pais o que pediam sob o pretexto de que fora oferecido como oferta ao Senhor, criaram um subterfugio para não observarem a lei que tanto idolatravam ( Mt 15:5 ;  ). Além de roubar, as palavras que proferiam eram palavras de morte, pois todos os que ingeriam os seus ‘ovos’, tornavam-se serpentes ( Is 59:5 ). Todos que se tornavam prosélitos, tornavam-se duas vezes mais filhos do inferno ( Mt 23:15 ).
As ovelhas pertencem ao Pastor e o Pastor tem cuidado delas. Já o mercenário, por não ser o pastor, a quem as ovelhas pertencem, vê o perigo e o risco, mas não se interpõe de modo a proteger o rebanho. Diante do perigo, deixa as ovelhas e foge ( Jo 10:12 ).
Os lideres de Israel foram os responsáveis pela dispersão (diáspora) dos filhos de Israel por não acatarem o contido nas Escrituras e a maldição predita por Moisés sobreveio ao povo ( Dt 29:27 -28). Mesmo após terem percorrido o deserto sobre a liderança de Moisés, Deus já protestava contra eles que não lhes foi dado olhos para ver, ou seja, estavam cegos “Porém não vos tem dado o SENHOR um coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje” ( Dt 29:4 ).
O peso do Senhor contra os lideres de Israel que fazia o povo desviar-se de cumprir a sua palavra foi reiterado por diversas vezes pelos profetas "Uivai, pastores, e clamai, e revolvei-vos na cinza, principais do rebanho, porque já se cumpriram os vossos dias para serdes mortos, e dispersos, e vós então caireis como um vaso precioso" ( Jr 25:34 ).
O povo tornou-se comparável a ovelhas perdidas, pois deixaram o Senhor (lugar de repouso) e passaram a confiar na proteção oferecida pelas nações (montes e outeiros) vizinhas através de alianças "Ovelhas perdidas têm sido o meu povo, os seus pastores as fizeram errar, para os montes as desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar do seu repouso" ( Jr 50:6 ; Os 7:1 e 11 ; Sl 50:16 -18).
Da mesma forma que os profetas falavam ao povo por enigmas e parábolas, Jesus retransmite a mesma mensagem demonstrando que haviam transformado a casa de Deus em uma ‘caverna de salteadores’, um ‘covil de ladrões’ "É pois esta casa, que se chama pelo meu nome, uma caverna de salteadores aos vossos olhos? Eis que eu, eu mesmo, vi isto, diz o SENHOR" ( Jr 7:11 ); "Os teus príncipes são rebeldes, e companheiros de ladrões; cada um deles ama as peitas, e anda atrás das recompensas; não fazem justiça ao órfão, e não chega perante eles a causa da viúva" ( Is 1:23 ); "E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões" ( Mt 21:13 ); "Como as hordas de salteadores que esperam alguns, assim é a companhia dos sacerdotes que matam no caminho num mesmo consenso; sim, eles cometem abominações" ( Os 6:9 ); "SARANDO eu a Israel, se descobriu a iniquidade de Efraim, como também as maldades de Samaria, porque praticaram a falsidade; e o ladrão entra, e a horda dos salteadores despoja por fora" ( Os 7:1 ).
Como os lideres de Israel prevaricaram em suas atribuições, estavam surrupiavam o povo da Verdade que Deus lhes dissera. Em nenhuma das referências bíblicas do A. T.  ha Deus fazendo referência aos demônios como os ladrões, ou salteadores, porque Deus trata na sua palavra com os homens e não com os demônios ou com os animais.
O apóstolo Paulo é claro: Tudo o que a lei diz, diz aos que estão debaixo da lei ( Rm 3:19), de modo que tanto os judeus quanto os gentios são escusáveis diante de Deus. Portanto, quando se lê os profetas, verifica-se que eles protestavam contra o povo de Israel declarando-os como ladrões e salteadores. Enquanto Deus requer o amor, os lideres de Israel impunha ao povo sacrifícios ( Os 6:6 ), de modo que eram transgressores como Adão. Por serem transgressores, as suas mãos são descritas figurativamente como ‘manchadas de sangue’, ou seja, eram homicidas ( Os 6:8 ).
Por terem as mãos manchadas de sangue, são descritos também como uma horda de salteadores, pois há violência em suas mãos ( Os 6:9 ). Isto não quer dizer que o povo de Israel e os seus sacerdotes eram reprováveis moralmente por cometerem homicídios, antes os profetas apresentam uma figura que representam o povo como transgressores mesmo quando aplicavam os seus corações nos sacrifícios e nas guarda de dias sagrados ( Is 1:13 -15).
Tudo que não for segundo a palavra de Deus (pelo meu espírito) é denominado ‘violência’, ‘homicídio’, ‘mãos manchadas de sangue’ ( Zc 4:6 ; Is 59:2 -10). Isaias, ao descrever este quadro demonstra que, por o povo de Israel ‘possuir’ uma justiça própria, ou seja, não reconhecendo a Cristo como Senhor, são descritos profeticamente como cegos: “Por isso o juízo está longe de nós, e a justiça não nos alcança; esperamos pela luz, e eis que só há trevas; pelo resplendor, mas andamos em escuridão. Apalpamos as paredes como cegos, e como os que não têm olhos andamos apalpando; tropeçamos ao meio-dia como nas trevas, e nos lugares escuros como mortos” ( IS 59: 9 -10).
Esperavam o juízo “Todos nós bramamos como ursos, e continuamente gememos como pombas; esperamos pelo juízo, e não o há; pela salvação, e está longe de nós” ( Is 59:11 ), e quando o Juízo disse: “Eu vim a este mundo para juízo” ( Jo 9:39 ), estavam completamente cegos!
Como o Salmo 118 apresenta a porta, a pedra de esquina e a destra do Senhor que faz proezas, Jesus também se apresenta como a vítima do altar. Quando Jesus identifica-se como o Bom Pastor, apresentou-se como o Senhor que mostrou a luz e, ao mesmo tempo o cordeiro que foi morto, pois Ele deixa claro que o Bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas (v. 11) “Deus é o SENHOR que nos mostrou a luz; atai o sacrifício da festa com cordas, até às pontas do altar” ( Sl 118:27 ). O mesmo Senhor que veio mostrar a luz para os que jaziam em trevas, tornou-se o sacrifício da festa.
Jesus complementa a parábola inicial ao destacar que os mercenários ou o que não é o pastor, se evadem e deixam as ovelhas à mercê da sanha dos lobos (v. 12). O motivo pelo qual o mercenário foge é porque é mercenário, ou seja, não é comprometido com as ovelhas (v. 13 ).
Novamente Jesus destaca que é o Bom Pastor, sendo que Ele ‘conhece’ as suas ovelhas e delas é ‘conhecido’. A palavra conhecer neste verso não é o mesmo que ‘saber acerca de’, antes diz de comunhão íntima. Jesus tornou-se um só corpo com as suas ovelhas, de modo que passaram a ter comunhão íntima, porque as ovelhas são os membros do corpo de Cristo, que é a igreja (v. 14).
Do mesmo modo que o Pai conhece o Filho de modo que ambos são um, a igreja conhece o Pai e o Filho, pois em Cristo são um só corpo "E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como nós somos um" ( Jo 17:22 ). ‘Conhecer’ é o mesmo que tornar-se um (v. 15).
Jesus foi enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel "E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel" ( Mt 15:24 ), mas não ouviram aquele que se apresentou como descanso e refrigério ao cansado. Como não deram ouvido, o Bom Pastor lançou mão de ovelhas tiradas dentre os gentios.
As ‘ovelhas que não são deste aprisco’ é uma referencia aos gentios que, após ouvirem a mensagem do evangelho, tornaram-se coerdeiros da mesma promessa (v. 16).
Quando Jesus declarou que ‘Deus o amava’ em virtude de dispor da sua vida e que lhe foi dado autoridade para tornar a toma-la, os judeus nada compreenderam e houve dissensão entre eles por causa destas palavras (v. 19). Uns passaram a dizer que Jesus tinha demônio e estava louco, enquanto outros consideravam que tais palavras não podiam ser de um endemoninhado, pois tinha poder de dar vista aos cegos (v. 21).
Novamente outra profecia cumpriu-se neles: “O melhor deles é como um espinho; o mais reto é pior do que a sebe de espinhos; veio o dia dos teus vigias, veio o dia da tua punição; agora será a sua confusão. Não creiais no amigo, nem confieis no vosso guia; daquela que repousa no teu seio, guarda as portas da tua boca. Porque o filho despreza ao pai, a filha se levanta contra sua mãe, a nora contra sua sogra, os inimigos do homem são os da sua própria casa” ( Mq 7:4 -6).

O diabo não pode roubar, matar ou destruir o corpo de Cristo
Em primeiro lugar, vale destacar que é impossível ao diabo roubar o cristão, pois o cristão está escondido com Cristo em Deus, e esta é a certeza do cristão: “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” ( Rm 8:38 -39); "Mas fiel é o SENHOR, que vos confirmará, e guardará do maligno" ( 2Ts 3:3 ).
Em segundo, lugar é impossível o diabo roubar a paz, a esperança, o amor, etc., pois as ‘qualidades’ enumeradas referem-se ao ‘fruto’ do Espírito, e não do cristão, de modo que é impossível ao diabo roubar a Deus “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” ( Gl 5:22 ).
É o Espirito que produz amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança naqueles que estão ligados à Videira verdadeira ( Jo 15:5 ). Ou seja, sem Cristo é impossível ao homem produzir fruto, pois Deus diz: “...de mim é achado o teu fruto” ( Os 14:8 ).
Em terceiro lugar, quem veio matar, roubar e destruir não foi o diabo, como já demonstramos. Como o diabo roubaria aquele que está escondido com Cristo em Deus?
Em quarto lugar, mesmo que o cristão sofra algumas contingências em relação aos bens materiais ou em relação à sua existência neste mundo, não é o diabo que provoca, pois tais contingências às vezes decorrem dos desatinos dos homens entenebrecidos no entendimento, que andam segundo o curso deste mundo e estão separados de Deus pela ignorância que há neles ou, por decisões equivocadas que tomamos.
A parábola faz referência aos líderes de Israel quando fala do ladrão, portanto, é um erro aplicar a passagem de João 10, verso 10 como sendo o diabo o ladrão que consta na parábola.

Convite para adorar a Deus...

A rocha da nossa salvação é o Senhor Jesus, a pedra angular de esquina que os lideres de Israel (edificadores) rejeitaram ( Sl 118:22 ). Os salmos e os profetas anunciaram que o Messias é a pedra preciosa de esquina bem firme e fundada, e que é necessário aos homens crer n’Ele "Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse" ( Is 28:16 ); “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” ( Mt 7:24 ; 1Co 10:4 ).
1  VINDE, cantemos ao SENHOR; jubilemos à rocha da nossa salvação. 2  Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos. 3  Porque o SENHOR é Deus grande, e Rei grande sobre todos os deuses. 4  Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. 5  Seu é o mar, e ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca. 6  Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou. 7  Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a sua voz, 8  Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto; 9  Quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. 10  Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos. 11  A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso. ( Sl 95:1 -11)

O apóstolo Pedro em sua primeira carta aos cristãos da dispersão deixou registrado que os profetas inquiriam e trataram diligentemente sobre a salvação que profetizavam e em que tempo a salvação se daria. Embora os profetas de Deus não soubessem os tempos em que a salvação de Deus havia de se manifestar, foi-lhes revelado que não profetizavam para eles mesmos ( 1Pe 1:10 -12).
Considerando que os salmos são profecias acerca do Cristo, o Filho de Davi ( 1Cr 25:1 -3; At 2:30 ), é fácil admitir que com o salmo 95 não seria diferente, pois o salmista profetizou acerca da salvação em Cristo.  

1  VINDE, cantemos ao SENHOR; jubilemos à rocha da nossa salvação. 2  Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com salmos.
O salmista Davi faz um convite: ‘Vinde, cantemos ao Senhor!’. O convite é para cantar com alegria à rocha que é salvação. O convite do salmista vai além da ideia de cânticos litúrgicos. Para cantar, jubilar é necessário reconhecer, crer e confessar que o Senhor é a rocha da salvação (v. 1; Hb 4:7 ).
É um convite solene aos remidos para se apresentarem à rocha da salvação com louvores, celebrando com salmos. Por que os louvores devem ser celebrados com salmos? Porque os salmos são profecias, ou seja, testemunho de Deus acerca de Si mesmo.
Ao utilizar o pronome possessivo ‘nossa’ na segunda parte da convocação, o salmista demonstra que esta celebração compete apenas aos remidos do Senhor. Os remidos do Senhor celebram ao Senhor um cântico novo, ou seja, professam a Rocha da salvação; confessam a Cristo como Senhor; santificam a Cristo como Senhor em seus corações. Quando o homem reconhece que a rocha da salvação é o Senhor, conforme descrito nos salmos, creu no Senhor conforme o testemunho que Deus deu de Si mesmo, ou seja, creu como diz as Escrituras "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam" ( Jo 5:39 ); "Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre" ( Jo 7:38 ).

Quem é a rocha da nossa salvação?

A rocha da nossa salvação é o Senhor Jesus, a pedra angular de esquina que os lideres de Israel (edificadores) rejeitaram ( Sl 118:22 ). Os salmos e os profetas anunciaram que o Messias é a pedra preciosa de esquina bem firme e fundada, e que é necessário aos homens crer n’Ele "Portanto assim diz o Senhor DEUS: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse" ( Is 28:16 ); “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” ( Mt 7:24 ; 1Co 10:4 ).
Quando o homem reconhece que Cristo é o Senhor, a rocha da nossa salvação, a sua confissão constitui-se o perfeito louvor, um cântico novo. Quando se ouve da boca do homem a confissão: “Jesus é o Cristo, o Filho de Davi”, ouve-se um cântico de salvação “Se é que já provastes que o SENHOR é benigno; E, chegando-vos para ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” ( 1Pe 2:3 -4); “Vendo, então, os principais dos sacerdotes e os escribas as maravilhas que fazia, e os meninos clamando no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se” ( Mt 21:15 ).
O convite do salmista para jubilar à rocha da salvação é uma clara alusão à igreja, pois a igreja de Cristo é edificada sobre a rocha salvadora. A igreja de Cristo é constituída de homens que creram em Cristo - a Rocha da salvação ( Mt 16:18 ). Quem crê em Cristo não é confundido ( 1Pe 2:6 ).

3  Porque o SENHOR é Deus grande, e Rei grande sobre todos os deuses. 4  Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas. 5  Seu é o mar, e ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca.
Nesta fala o salmista continua a descrever a rocha da salvação, ninguém menos que o Senhor, Deus grande e rei grande sobre todos os deuses. Cristo é esse Deus Grande, o motivo do cântico dos que creem. Nas mãos de Cristo estão todas as coisas, desde as profundezas do mar até as alturas dos montes. Tudo pertence a Cristo, o Senhor e Deus grande.
É Cristo quem criou todas as coisas e tudo existe por intermédio d’Ele "Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles" ( Hb 2:10 ).
O menino que nasceu segundo a palavra do profeta Isaias não aparentava ter o principado sobre os seus ombros, porém, Ele trouxe poderosa salvação aos homens que creem que Ele é Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da eternidade e Príncipe da paz! ( Is 9:6 ).
Estando no mundo Jesus honrou o Pai dizendo: ‘Tu és o meu Pai e meu Deus’, e, por sua vez, o Pai o tornou mais elevado do que os reis da terra "Ele me chamará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação. Também o farei meu primogênito mais elevado do que os reis da terra" ( Sl 89:27 ).
Todos que horam o Filho assim como honram o Pai, de fato honram a Deus. Os homens só horam a Deus quando adoram o Filho, santificando-o em seus corações "Para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o Pai que o enviou" ( Jo 5:23 ; 1Pe 3:15 ; Is 8:13 ).
A igreja de Cristo é honrada pelo Pai porque creu naquele que Deus enviou ( Jo 5:24 ), e herdará com Cristo todas as coisas ( Ap 21:7 ; Rm 8:17 ). Profeticamente o salmista convoca a Igreja para cantar a Cristo, a rocha de salvação. Ele é o Senhor, Deus Forte e Rei Grande ( Sl 82:1 ; Sl 89:6 ; Jo 10:34 ).
Jesus Cristo é Deus desde a eternidade e como rei o seu trono esta firme desde sempre ( Sl 93:2 ). Como Deus havia dado aos homens o poder de dominar sobre a face da terra, para ter a preeminência em tudo, Jesus foi introduzido no mundo como o Unigênito de Deus e, ao ressurgir dentre os mortos, tornou-se o Primogênito entre muitos irmãos. A igreja é o corpo de Cristo, de modo que, como cabeça do corpo Ele tem a preeminência, é o Sublime entre sublimes "E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência" ( Cl 1:18 ); "DEUS está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses (...) Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo" ( Sl 82:1 e 6).
Jeremias ao falar do Rei Grande, assim profetizou: “Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, sendo rei, reinará e agirá sabiamente, e praticará o juízo e a justiça na terra. Nos seus dias Judá será salvo, e Israel habitará seguro; e este será o seu nome, com o qual Deus o chamará: O SENHOR JUSTIÇA NOSSA” ( Jr 23:5  -6).
Quando o salmista convida: “Vinde, cantemos ao Senhor” (v. 1), é para que os salvos em Cristo se regozijem no Senhor que os estabeleceu por seu corpo.
Deus fez de dois povos a sua Igreja: judeus e gentios, são indivíduos de todas as tribos e línguas que o salmista convoca a regozijar na rocha da Salvação. Haverá um tempo em que Este mesmo Deus Grande fará que a casa de Israel se converta a Ele, o Deus Forte "Os restantes se converterão ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó" ( Is 10:21 ).
Embora o povo de Judá outrora eram incrédulos, no tempo que se chama hoje foi-lhes dado uma nova oportunidade, Deus estabeleceu um novo e vivo caminho em que todos os homens, quer judeus ou gentios, podem ser conduzidos a Deus. Qualquer que olhar para Jesus e crer n’Ele conforme diz as Escrituras será salvo "Tu, ó Sião, que anuncias boas novas, sobe a um monte alto. Tu, ó Jerusalém, que anuncias boas novas, levanta a tua voz fortemente; levanta-a, não temas, e dize às cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus" ( Is 40:9 ).
O salmista enfatiza a grandeza de Cristo porque à Igreja foi revelado o rosto do Senhor que se escondia da casa de Israel "E esperarei ao SENHOR, que esconde o seu rosto da casa de Jacó, e a ele aguardarei" ( Is 8:17 ; Is 64:7 ). Cristo é a luz que resplandeceu nas trevas, e o povo que habitava a região das trevas viu uma grande luz em virtude de um menino que nasceu ( Is 9:2 ).
O convite para exultar é para o povo que considera que Cristo Jesus é o Senhor, o Deus Forte, o Rei Grande que se assentou a destra da Majestade nas alturas “DISSE o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” ( Sl 110:1 ; At 7:55 ).
Caso considerassem as Escrituras, membros do povo de Israel seriam aceitos pelo Senhor que está à mão direita de Deus, tornando-os membros do seu corpo.
O Senhor Jesus resplandeceu o seu rosto sobre todos os homens, tanto aos da casa de Israel quanto aos gentios, pois Ele foi dado como luz para os gentios "Disse mais: Pouco é que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó, e tornares a trazer os preservados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até à extremidade da terra" ( Is 49:6 ; Is 8:17 ).
 O mesmo Deus que no Gênesis disse: - ‘Haja luz’, resplandeceu o seu rosto sobre a igreja (todos os homens), de modo que Ele é a Rocha de salvação para todos os que o invocar "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo" ( 2Co 4:6 ); "Faze-nos voltar, ó Deus, e faze resplandecer o teu rosto, e seremos salvos" ( Sl 80:3 ).
Quando Cristo tornou conhecida a glória de Deus, cumpriu-se a palavra que diz: "Eis-me aqui, com os filhos que me deu o SENHOR, por sinais e por maravilhas em Israel, da parte do SENHOR dos Exércitos, que habita no monte de Sião" ( Is 8:18 ; Hb 2:13 ), pois a igreja é composta de filhos de Deus ( Gl 3:26 -29).
O salmista demonstra no verso 5 que todas as coisas pertencem ao Senhor Jesus, demonstra que foi Ele quem fez os céus e a terra. Sobre a obra criativa de Cristo o escritor aos Hebreus deixou registrado: “... a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” ( Hb 1:1 -3).
O escritor aos Hebreus demonstra que o Salmo 45 também refere-se a Cristo: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino. Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu Com óleo de alegria mais do que a teus companheiros” ( Hb 1:8 -9 ; Sl 45:6 -7).
Em seguida, o escritor aos Hebreus enfatiza que Cristo criou os céus e a terra: “E: Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, E os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; E todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, E os teus anos não acabarão” ( Hb 1:10 -12).
Portanto, concordando com as Escrituras que Cristo é o Senhor que fez o mar, Ele é o Senhor que com as suas mãos formou a terra seca “Seu é o mar, e ele o fez, e as suas mãos formaram a terra seca” ( v. 5); "Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo" ( 2Co 4:6 ).

6  Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do SENHOR que nos criou. 7  Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão.
O salmista repete o convite do verso 1: - “Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos!”. A convocação solene é para que a Igreja adore prostrada perante Cristo.
Por que a convocação para se prostrar diante da rocha da salvação? Porque a rocha da salvação é o Filho de Davi que, além de criar todas coisas, criou a Igreja! ( Cl 1:16 -17; Jo 1:3 ; Fl 2:11 ; Sl 97:7 ; Hb 1:6 ).
Através de Abraão, Deus constituiu um povo para si, porém, quando provados diante do monte Sinai com trovões e relâmpagos, rejeitaram a palavra do Senhor ( Ex 20:18 ). Agora, o Senhor novamente se apresenta como Filho do Homem, o Verbo que se fez carne, e o povo que não suportou os relâmpagos e os trovões tropeçaram na Pedra eleita e preciosa, pois não conseguiam ver que Jesus de Nazaré era o Filho de Davi.
Mas, todos que n’Ele crêem, quer sejam judeus ou gregos, são criados de novo na condição de ovelhas da suas mãos. Ele é o Sumo Pastor das ovelhas que criou para si.
Sabemos que o mundo, e tudo que nele há, foi criado por Cristo ( Jo 1:3 ). Foi Cristo quem disse: - Haja luz e criou o homem segundo a imagem que Ele havia de vir, de modo que Adão era só uma figura do Cristo homem ( Rm 5:14 ).
Adão foi criado pela expressa imagem do Deus invisível – Cristo. Porém, a imagem que Adão recebeu foi a imagem do corpo que Cristo havia de vir ( Gn 1:27 ; Hb 1:3 ). Apesar de Adão ter sido criado por Cristo, se vendeu ao pecado estabelecendo uma barreira (pecado) que o impedia de adorar o seu Criador.
Cristo obrou maravilhosamente removendo a parede de separação, de modo que o salmista conclama a todos que foram criados de novo em verdadeira justiça e santidade, tornando-se filhos, herdeiros de Deus, ovelhas do seu aprisco, que adorem o seu Deus.
O motivo da adoração é patente: - “Ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas da sua mão!”. A convocação do salmista é um convite solene para a igreja, ovelhas que ouviram o Bom Pastor, que disse: - "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" ( Jo 10:11 ); "Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas" ( 1Pe 2:25 ).
Quando os salmos enfatizam que o Senhor é Deus, indica que Cristo é Deus e Senhor sobre os céus e a terra "Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto" ( Sl 100:3 ); "Assim nós, teu povo e ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração cantaremos os teus louvores" ( Sl 79:13 ).

7 Se hoje ouvirdes a sua voz, 8  Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto;
O salmista faz um alerta solene e apresenta um exemplo: - “Se hoje ouvires a sua voz, não endureçais os vossos corações, assim como na provação e como no dia da tentação no deserto”.
No alerta, o salmista profetiza diretamente a Israel demonstrando que haverá um dia em que será dada uma nova oportunidade de se achegarem a Deus, porém, esta nova oportunidade não era para um povo especifico, antes para indivíduos de todas as tribos e línguas. Os mesmos membros de Israel, que outrora rejeitaram a Deus, não estavam excluídos, se ouvissem a vos de Cristo. Portanto, não deveriam endurecer seus corações.
Como nação o povo de Israel foi provado e rejeitado mais uma vez, pois não aceitaram a Cristo por santuário quando Ele disse: "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo" ( Jo 6:51 ). A Rocha de salvação tornou-se para ele em rocha de escândalo "Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por armadilha e laço aos moradores de Jerusalém" ( Is 8:14 ).
9  Quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. 10 Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos. 11 A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.
O salmista profetiza em nome do Senhor pelo Espírito Santo ( Hb 3:7 ), como se lê na carta aos Hebreus: “Quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos. A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso” (v. 9 -11; Hb 3:7 -11).
O escritor aos Hebreus explana estes versos do Salmo 95: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo. Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado; Porque nos tornamos participantes de Cristo, se retivermos firmemente o princípio da nossa confiança até ao fim. Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação. Porque, havendo-a alguns ouvido, o provocaram; mas não todos os que saíram do Egito por meio de Moisés. Mas com quem se indignou por quarenta anos? Não foi porventura com os que pecaram, cujos corpos caíram no deserto? E a quem jurou que não entrariam no seu repouso, senão aos que foram desobedientes? E vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade” ( Hb 3:12 -19).
Tudo o que foi escrito nas Escrituras nos foi dado por figura, sendo que a realidade encontra-se em Cristo "E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo" ( 1Co 10:4 ).
Tudo foi deixado para exemplo, para que os que são participantes de Cristo não se façam idólatras ( 1Co 10:7 ), promíscuos ( 1Co 10:8 ), desobedientes ( 1Co 10:9 ) e murmuradores ( 1Co 10:10 ).
O povo de Israel, por causa da incredulidade, não entrou no descanso que Deus havia preparado desde a fundação do mundo ( Hb 3:19 e 4:3 ).
As mesmas boas novas que foram anunciadas à Igreja, também foram anunciadas ao povo de Israel, porém, não creram ( Hb 4:2 e 6). Como foi anunciada as boas novas ao povo de Israel e não creram, muito tempo depois por intermédio do salmista Davi, Deus promete descanso ao dizer: - “Se hoje ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações!”.
O povo de Israel tentou e provou a Deus e viu o que Ele realizou, porém, não se arrependeram dos seus maus caminhos. O período de peregrinação no deserto se sucedeu em função de não confiarem em Deus, de modo que Deus estabeleceu na sua ira que não entrariam no descanso prometido, de modo que todos morreram no deserto, exceto Calebe e Josué.
Como não confiaram em Deus como o crente Abraão, o povo errava por não compreender que herdaram um coração maligno de Adão ( Is 43:27 ). Como entraram por uma porta larga (Adão) e trilhavam um caminho que os conduzia à perdição, os filhos de Israel eram pecadores (errados de espírito). Para conhecer o caminho do Senhor, necessário era circuncidarem o coração incircunciso que herdaram de Adão.
Bastava confiarem em Deus conforme Davi que rogou a Deus dizendo: “Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniquidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto” ( Sl 51:9 -10), que o Alto e o Sublime faria deles morada vivificando o coração e o espírito “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num alto e santo lugar habito; como também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos” ( Is 57:15 ).
Se confiassem em Cristo, Deus lhes daria um novo coração e um novo espírito e habitaria neles ( Is 57:15 ). Apesar de todas as ordenanças da lei ser figuras que apontam para Cristo como o descanso prometido, Israel rejeitou a Cristo: o descanso ( Cl 2:16 -17 ; Hb 10:1 ).
Mas, aqueles que creram, a Igreja de Cristo, entraram no descanso prometido e descansaram de todas as suas obras, judeus e gentios, como o Senhor das suas “Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas” ( Hb 4:10 ).

Arca de Noé


A Arca de Noé e o Dilúvio
Texto : Gn 7:17:
Introdução

 Deus escolheu Noé por ter encontrado nele um homem justo. O nome "Noé" em hebraico significa "conforto" e "paz",no meio da murmuração, ressentimento e rebeldia das pessoas de seus dias, Noé  não se contaminou estava cheio de Deus, cheio de paz e era capaz de distribuir palavras de ânimo em meio a tempestade que viria.. Ele foi homem obediente e vivia pela fé, acreditava no Deus que anunciava e que o governava e por ter obedecido foi salvo ele e a sua casa.  . 
1. A Fé nos Capacita
a) A fé de Noé o capacitou não somente a vencer como também a ministrar conforto e paz durante os dias difíceis dentro da arca, enquanto esperava o fim dos quarenta dias do dilúvio, mais os seis meses após o dilúvio. Gn 7: 5,13
2. Lições que podemos aprender
a) Primeira Lição que podemos aprender é que quando enfrentamos testes e tempestades na vida, como o dilúvio dos dias de Noé, devemos ter a mesma paz e conforto que Noé teve. Gn 7:5
b) Segunda Lição, Deus disse a Noé que construísse a arca. Essa arca é símbolo de Cristo. Assim como Noé entrou na arca, devemos entrar em Jesus e fechar a porta dos nossos corações de forma que as tentações e pecados que estão ao nosso redor não possam entrar. Gn 7:13 / Ef 4: 27,28.
c) Terceira Lição, assim como Noé ergueu os olhos ao céu através da janela que estava aberta em cima, devemos erguer os olhos somente para o nosso Pai Celestial através da janela da oração, em vez de baixar os olhos para as tempestades da nossa vida. Gn 8: 136 / ITm 2:8
d) Quarta LiçÃo, assim como o dilúvio dos dias de Noé fez com que o povo ímpio perecesse em seu pecado, nós também devemos entrar na segurança de Jesus Cristo a fim de sermos purificados da nossa impiedade para que não pereçamos, mas recebamos seu poder para viver vidas vitoriosas, Gn 7:21 / Tg 4:8 / Rm 5:9.
Conclusão
Devemos obedecer a Deus independente de qualquer situação, pois isso pode nos custar a nossa propria  salvação. Devemos aprender atravez da vida de Noé que verdadeiramente  Deus cumpre o que promete e que jamais deixará os seus servos envergonhados, mais os justificará.

 
"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor". Rm 6:23.

                                                                                                         Pregação: Pr. Emerson Machado